sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A surpresa...

A primeira vez em que eu manifestei publicamente meu desejo em ter um Blog fui alertado quanto a vulgaridade que as postagens passam a apresentar passado certo tempo de tanta dedicação. Em outras palavras, isso quer dizer que com o passar do tempo a tendência é que a falta de assuntos sérios, fonte dos vazios em alguns dias, dê origem a postagens extensas mas tão sem conteúdo como qualquer vazio.
Quando eu criei o Blog, imaginei que sempre haveria o que falar.
Me lembrei imediatamente da professora de redação que tive, que nos obrigava, mas nunca obtinha resultados, a apresentar uma redação nova toda terça-feira. Sugeria que buscássemos inspiração em tudo e em todas as coisas que estivessem ao nosso alcance. Numa conversa de telefone ou numa outra numa fila de banco, mesmo que nós não fôssemos um dos participantes. Apesar de não ser o pior dos alunos, ficava longe dos melhores que quase sempre produziam algum texto e acima de tudo não se envergonhavam de tê-lo lido diante da turma.
A 5ª série foi assim, tanto que me rendeu uma vaga dentro de uma publicação em parceria entre a escola, a Biblioteca Nacional e a Folha Dirigida, além de elogios de toda a família que podia comemorar a salvação de mais uma alma nesse mundo cada vez mais habitado por almas perdidas. Acho que hoje, sete anos depois, reacendi essa pira da esperança. Fiz com que as pessoas voltassem a acreditar que sou uma alma salva (mesmo que muita gente jamais tenha desacreditado nisso).
De qualquer forma, me lembro que a nota de redação era sempre somada à nota de português. Para uns era visto como vantagem, pois a professora de redação era "boazinha" e não tinha a intenção de prejudicar ninguém, mesmo sem ajudar ou obter resultados. Para outros nem tanto, pois havia quem tivesse mais facilidade em decorar (e poucos realmente entendem) a diferença entre os porquês do que empregá-los numa redação coesa.
É claro que o português faz parte da nossa vida muito mais do que muitas outras linguagens, o que exige que detenhamos uma conhecimento mínimo muito mais elevado nele do que em qualquer outra. Nunca fiz questão de esconder e digo que eu mesmo nunca tive facilidade em decorar a diferença dos porquês e nem mesmo vontade de buscar sabê-las. Me insiro no seleto grupo de pessoas que, por opção, preferem buscar outras palavras alternativas do que fazer uso de palavras tão usuais mas que exigem tanto conhecimento específico.
Minha preferência pela linguagem matemática se deu razoavelmente cedo, embora eu tivesse dificuldade de transformar isso em texto, mais fácil de ser entendido. Mas poderia não ser assim, ora. Filho de uma mãe (sem ofensas) formada em letras e de um pai engenheiro, me faz acreditar em duas possibilidades: Ou a genética não faz sentido lógico e eu tampouco a entenda; Ou então ela existe e o gene 'Exato' é dominante (sobre o recessivo 'humano'). Podemos pôr aí 50% de chances para cada opção, no melhor estilo que Mendel podia imaginar. Há também uma série de coisas que a Biologia não explica. Mas como eu não entendo as suas regras, da mesma forma que faço com os porquês, deixo-as para quem as quiser estudá-las.
Talvez a única coisa que tenha faltado fazer nessa nova regra ortográfica seja isso. Sumir com pelo menos dois dos "pq's", fazendo com que nosso idioma se iguale a outros tão bem compreendidos.
Penso que, sem dó, poderiam fazer isso da mesma forma como fizeram com os diferenciais (os assentos, obviamente) e com o trema (que nunca foi muito respeitado mesmo).
Luto pela evolução da linguagem, que nem sempre é sinônimo de manutenção da diversidade, mas sim sua derivação cultural-cronológica e sua maior integração com o cotidiano.
Viva o neologismo.

=D

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua mensagem após o sinal...BIIP!