domingo, 1 de novembro de 2009

A crueldade...


A- "Boa tarde! Eu vim buscar um documento que eu pedi."
G- "Sim, qual o seu nome?"
A- "Alberto. Eu pedi uma declaração há uns dois meses"
G- "Ah! Estou me lembrando do seu caso."
A- "Da última vez que eu vim aqui, tinham errado um número do meu RG."
G- "Faz duas semanas que está pronto."
A- "Faz duas semanas que o elevador não está funcionando. Seria uma frustração muito grande subir 10 lances de escada para chegar aqui e descobrir que não estava pronto."
G- "Está pronto sim. Acharam até que você tinha desistido de pegar."
A- "Nunca! depois de tanta luta?!"
G- "Perae, acho que o seu documento está numa dessas pastas."
A- "Ok!"

Nesse meio tempo eu crio um desejo de traça de, depois de dois meses, ver um pedaço de papel meio digitado, carimbado e assinado. E o funcionário G cria a satisfação de ver um dos idiotas que paga o salário dele, mas que nunca vai o ver fora dali, sendo bem atendido e nunca mais voltando para lhe dar trabalho.

G-"Pronto, é este aqui! É só assinar aqui."
A- "Posso conferir antes?"
G- "Pode, mas não é possível que haja outro erro!"
A- "Eu também acho que não, mas desde quando eu entrei no CEFET até hoje eu já vi de TUDO aqui dentro."
G- "Mas dessa vez não tem erro não. Até porque se tiver..."
A- "Eu vou precisar que ele faça outro, sim. Tem um erro aqui. EU não acredito."
G- “Ah! Você está de brincadeira?!"
A- "Não estou não. O nome da orientadora está errado. Olha, saiu Veigas no lugar de Viegas."
G- "Mas isso nem faz muita diferença!"
A- "Quase nenhuma. Mas é que em todas as publicações aparece o nome dela correto. Em todos os materiais que saíram na mídia também. Eu acho que num documento também deve sair."
G- “Eu não acredito que você vai pedir outro documento por causa disso."
A- "Vou sim e você, por favor, me dê um protocolo dessa vez."

O ar era de desapontamento. Da parte dele, porque a traça sairia dali com o papel do protocolo pelo menos.

G- "Olha, você tem certeza que não quer ficar com esse? Só tem uma letrinha errada. Ninguém vai reparar nisso."
A- "Eu não posso aceitar um documento com um dado errado. E também não vou contar que todos sejam desatentos como a pessoa que fez esse documento."
G- "Não é exagero não? O rapaz vai ter que fazer outro papel."
A- "E eu espero que ele não erre dessa vez."

Uma pausa para reflexão.

G- “Tá bom! Vai ser corrigido!"
A- "Você quer o nome certo?!"
G- "Fala."
A- "É Regina Viegas e não Veigas como saiu aí."
G- "Tá bom, vou falar com o chefe do departamento."
A- "Semana que vem eu posso vir buscar."
G- "Vem pelo meio da semana!"
A- "Tá bem."

E a traça já ia saindo quando G grita.

G- "Tem certeza que não tem mais nada errado?!... esse é o último que ele vai fazer."

A traça para e pensa: Se aquele é mesmo o último a ser feito, melhor corrigir logo todos os erros. Assim a gente evita de criar problemas e eu deixo de correr o risco de ter que me satisfazer apenas com o papel do protocolo.

A- "Na verdade tem sim. Aqui na terceira linha, tá vendo, científica está sem acento. Acho que é só isso! Valeu, hein?!"

A traça sai e desde então está se deliciando com uma tirinha de papel, preenchida, carimbada e assinada que serve apenas de entrada para o prato principal que ainda vem por aí.

¬¬'

2 comentários:

  1. vai chover horrores no dia q sair... leva uma pasta a prova d`agua... ;)

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  2. Que insolencia, é o ultimo que ele vai fzr....
    ele e pago pra isso... aHUhauhau
    e muito bem pago
    aHUaHau

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